Se você está cansado de ver e ouvir sempre as mesmas coisas, então, dê um basta nisso!

Falta mais originalidade nas pessoas. Ou seria medo de ousar, ser diferente? Nesse nosso país chamado Brasil, tão rico em sua diversidade étnico-racial, multicultural e de dimensões continentais, com uma biodiversidade (fauna e flora) capaz de fazer inveja no mundo todo. Para ele se tornar uma grande potência mundial, digo, estar em primeiro ou segundo lugar, faz-se necessário uma grande revolução educacional e de infraestrutura (nos serviços prestados pelo estado como saúde, lazer, segurança, transportes, etc.).
Mas para que saiamos do plano utópico para a realidade, isto é, a concretização dos nossos sonhos, todos precisam participar, cobrar mais dos nossos governantes, patrões, comerciantes, professores, prestadores de serviços em geral. Já faz mais de uma década que a banda Skank cantou: "Pacato cidadão, é um projeto da civilização". Chega de passividade! Todos nós precisamos participar mais ativamente da construção de nossa sociedade (já estamos em quinto lugar na economia mundial). Não vamos nos acomodar, como fazem os medíocres. Fala-se muito em cidadania, democracia e direitos humanos em nosso país, porém a realidade nua e crua da vida do nosso povo (nos hospitais, nas escolas, ruas, presídios,etc.) ainda é muito cruel.
Penso na filosofia como uma ferramenta (um meio) para repensarmos nossa cultura, nossos valores, regras (muitas vezes autoritárias, porque impostas). Pelo seu caráter dialógico (habilidade para dialogar com inúmeras outras áreas do conhecimento - ciências, artes, religião, política, cultura) a filosofia pode ser muito útil para as pessoas. "Precisamos aprender a pensar a partir do pensamento dos outros".(Luc Ferry).
Todos podem filosofar. Venham!

sábado, 14 de janeiro de 2012

"Não se ensina Filosofia, ensina-se a filosofar" (Kant)

 PARA QUE SERVE ENSINAR FILOSOFIA?

     Em nossa sociedade e cultura, costumamos considerar que al-
guma coisa só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade prática muito visível e de utilidade imediata.
      Verdade, pensamento racional, procedimentos especiais para conhecer fatos, aplicação prática de conhecimentos teóricos, correção e acúmulo de saberes: esses objetivos e propósitos das ciências não são científicos, são filosóficos e dependem de questões filosóficas.
     Assim, o trabalho das ciências pressupõe, como condição, o trabalho da Filosofia, mesmo que o cientista não seja filósofo. No entanto, como apenas o cientista e o filósofo sabem disso, a maioria das pessoas continua afirmando que a Filosofia não serve para nada.
     A Filosofia, por suas características, tem condições de contribuir de forma bastante efetiva no processo de aprimoramento do educando como pessoa e na sua formação cidadã.
     Inúmeras são as razões que justificam a importância desta disciplina no ensino médio, dentre elas, pela sua especificidade, a Filosofia:
§        Abre o espaço por excelência para tematizar e explicitar os conceitos que permeiam todas as outras disciplinas, e o faz de forma radical;
§        Discute os fins últimos da razão humana e os fins a que se orientam todas s formas de ação humanas, e sob esse aspecto, levanta a questão dos valores;
§        Examina os problemas sob a perspectiva de conjunto – enquanto as ciências particulares abordam “recortes” da realidade – o que permite à Filosofia elaborar uma visão globalizante, interdisciplinar e mesmo transdisciplinar (metadisciplinar).
     Ao refletir sobre os pressupostos das ciências, da técnica, das artes, da ação política, do comportamento moral, a Filosofia auxilia o educando a lançar outro olhar sobre o mundo e a transformar a experiência vivida em uma experiência compreendida.
     Na reflexão sobre os fundamentos e fins do conhecimento, a Filosofia investiga os instrumentos do pensar, como a lógica e a metodologia; distingue e compara as diversas formas de apreensão do real, tais como mito, religião, senso comum, ciência, filosofia etc.; elabora a teoria do conhecimento, indagando sobre as possibilidades e os limites desse conhecimento.
     A Filosofia também desempenha o papel de crítica da cultura. Para o historiador da Filosofia François Châtelet:
     (...) a “contribuição específica da Filosofia que se coloca ao serviço da liberdade, de todas as liberdades, é a de minar, pelas análises que ela opera e pelas ações que desencadeia, as instituições repressivas e simplificadoras: quer se trate da ciência, do ensino, da pesquisa, da medicina, da família, da política, do fato carcerário, dos sistemas burocráticos, o que importa é fazer aparecer a máscara, desloca-la, arranca-la...”
     O objetivo da disciplina no Ensino Médio é ampliar a capacidade de reflexão do aluno, articulando temas (sem ignorar a História da Filosofia) e sistematizando noções que lhe forem apresentados, de forma coerente e articulada e a reflexão surge após a identificação do “problema” proposto (existente no texto filosófico), isto é, como ele foi expresso em conceitos e propor sua reelaboração (pelos alunos).
     “Não se ensina filosofia, ensina-se a filosofar” (Kant). Filosofar é, também, não aceitar como verdadeira qualquer idéia sem antes submetê-la à dúvida, à investigação, à reflexão crítica e rigorosa. Isso significa que para demonstrar com consistência a utilidade ou inutilidade de Filosofia, ou de qualquer outra coisa, já teríamos de filosofar. Portanto, durante toda a nossa vida iremos filosofar, pois filosofar é viver.

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