Se você está cansado de ver e ouvir sempre as mesmas coisas, então, dê um basta nisso!

Falta mais originalidade nas pessoas. Ou seria medo de ousar, ser diferente? Nesse nosso país chamado Brasil, tão rico em sua diversidade étnico-racial, multicultural e de dimensões continentais, com uma biodiversidade (fauna e flora) capaz de fazer inveja no mundo todo. Para ele se tornar uma grande potência mundial, digo, estar em primeiro ou segundo lugar, faz-se necessário uma grande revolução educacional e de infraestrutura (nos serviços prestados pelo estado como saúde, lazer, segurança, transportes, etc.).
Mas para que saiamos do plano utópico para a realidade, isto é, a concretização dos nossos sonhos, todos precisam participar, cobrar mais dos nossos governantes, patrões, comerciantes, professores, prestadores de serviços em geral. Já faz mais de uma década que a banda Skank cantou: "Pacato cidadão, é um projeto da civilização". Chega de passividade! Todos nós precisamos participar mais ativamente da construção de nossa sociedade (já estamos em quinto lugar na economia mundial). Não vamos nos acomodar, como fazem os medíocres. Fala-se muito em cidadania, democracia e direitos humanos em nosso país, porém a realidade nua e crua da vida do nosso povo (nos hospitais, nas escolas, ruas, presídios,etc.) ainda é muito cruel.
Penso na filosofia como uma ferramenta (um meio) para repensarmos nossa cultura, nossos valores, regras (muitas vezes autoritárias, porque impostas). Pelo seu caráter dialógico (habilidade para dialogar com inúmeras outras áreas do conhecimento - ciências, artes, religião, política, cultura) a filosofia pode ser muito útil para as pessoas. "Precisamos aprender a pensar a partir do pensamento dos outros".(Luc Ferry).
Todos podem filosofar. Venham!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Redescobrindo os Direitos Humanos







.           O tema deste texto é a construção histórica dos Direitos Humanos (DH)
1ª) Parte – farei uma retrospectiva da Pré-História, à História Grega e a Hist. Medieval;
2ª) Parte - A Dimensão do mundo moderno;
3ª) Parte - A Contemporâneidade.
            A primeira manifestação em DH se vincula a cerimônias, ritos (do nascimento à morte), próprios da humanidade.
            Na Grécia Antiga se dá duas manifestações de DH. A primeira se manifesta na arte grega (teatro, onde Antígona debate com rei o direito de enterrar seus mortos).
            Na Idade Média a terra estava concentrada nas mãos de poucos, perante as epidemias de fome, de doenças, se constituía um outro dir. hum.: o direito da rebelião contra a injustiça e a desigualdade.
            No mundo moderno, surge o direito de dar nomes, o direito de ter situações propriamente humanas, o direito de decidir sobre a vida, de reclamar da injustiça.
            Assim, a constituição dos DH ocorre em meio a história, não precisou ser declarada, nem solicitada. Sempre foi uma busca humana. Pois que somos seres de direitos.
            Já no mundo moderno nos deparamos com a concentração de renda (muito poder nas mãos de poucos), na França pré-revolucionária, 5% da população detinha 70% da riqueza nacional. Os reis definiam as políticas e diziam que eram a lei. “Eu sou a lei” (Luiz XIV). Em meio a esse contexto a população francesa percebe que é preciso lutar pelos seus direitos. Então proclamam os três princípios chaves: liberdade, igualdade e fraternidade. Junto aos seus semelhantes é preciso pensar e construir uma cadeia de idéias, através do debate sobre aquilo que é fundamental e secundário para suas vidas.
            Uma outra situação do mundo moderno ocorre do outro lado do Atlântico – nas guerras de independência, constituídas na América, em busca de liberdade e autonomia enquanto nação.
            A Declaração do Cidadão, em Virgínia, nos Estados Unidos, dá uma dimensão de luta pela liberdade da nação.
            Existiu uma declaração na Inglaterra, mas não envolveu a população, apenas a burguesia, o clero.
            Desde Antígona, passando pela Idade Média, até o mundo moderno, as declarações se dão em meio aos conflitos, isto é, no movimento contra alguma forma de opressão, de tirania, alguma forma de concentração de privilégios.
            O século XIX , no entanto, vai mostrar à humanidade, que mesmo que tenha declarado o interesse pela igualdade, esta não se concretizou.
            Somente nas cidades é que se vai recuperar o princípio das lutas pela igualdade.
            O movimento social entra em cena, a partir de então, e diz ao mundo que exige igualdade. Que a igualdade é um direito inalienável do ser humano.
            No séc. XX, esses espaços de debate se transformam em espaços de guerra.
            Nos espaços de guerra a humanidade se depara com o terror. Acompanhada de tecnologia, de uma competência infinita de técnica da morte.
            Na Primeira Guerra as trincheiras, na Segunda Guerra, a máquina da discriminação. A humanidade vai vivenciar dois espetáculos de terror pleno – um deles – o campo de concentração (Auschwitz), o outro é Hiroshima e Nagasaki (explosões nucleares que mataram mais de 180000 pessoas em um minuto nessas duas cidades).
            De lá para cá, não passamos um ano sem guerra declarada, ou guerras sociais (não declaradas) no planeta.
            Como a humanidade reage ao terror da II Guerra mundial?
            Com uma declaração. Onde os países vencedores se reúnem, os países derrotados se incorporam e a humanidade faz a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Estes se anunciam para a humanidade como uma possibilidade para além do terror.
            Um sonho que projeta a paz (os DH), que recupera a condição de igualdade e da liberdade e que retoma o pressuposto da fraternidade, expressos na Declaração Francesa de 1789.
            Mas Decl. Univ. dos DH é ainda muito pouco conhecida pela humanidade.
            O direito humano tem que ser uma construção cultural, na qual as diferenças sejam respeitadas. Juntos, iguais e diferentes, a humanidade consiga disputar os seus espaços diferentes de liberdade.
            No entanto, se Antígona respondia na sua luta a condição humana de enterrar os seus mortos, se os camponeses da Idade Média lutavam para combater injustiças, se os modernos da França e dos EUA se torna livre, e da Inglaterra que exprimia seus desejos de combater a desigualdade social e a falta de liberdade, a própria Declaração Universal se oferece como mais uma utopia a ser percorrida pelo ser humano. Como uma construção de um desejo.
            No entanto, nessa condição a humanidade vai perceber que respondendo aos problemas de cada época, os problemas que a humanidade vive não estão resolvidos. Ainda vivemos epidemias de fome, problemas ambientais, problemas novos, como uma certa ética no campo das ciências, da medicina ou nas transformações das grandes mídias nacionais e internacionais, que necessitam recuperar uma dimensão de ética.
            Então direito humano está manifesto em proclamações e em declarações. Está expresso como direitos civis, econômicos e culturais. Mas fundamentalmente são construções que a humanidade vai fazendo ao longo de sua história, na luta para se tornar livre, igual e fraterno